Na véspera da comemoração do Dia internacional da Mulher, precisamente no dia 7 de março, a junta de freguesia da Correlhã quis estar do lado de todas aquelas que não tem motivo para festejar, escolhendo assim conversar sobre este tema sensível: “violência na mulher”, sem tabus, sem preconceitos e acima de tudo, sem medo.

A Presidente na sua nota introdutória, assumiu fazê-lo sobretudo para desmistificar, conhecer e compreender a realidade factual associada e dela extrair ensinamentos para a melhoria da atuação funcional futura.

Relativamente à exposição, referiu que uma vez tendo o executivo conhecimento que, no início do ano 2023, os alunos da turma 8ºB, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, realizaram a exposição “Até que a morte nos separe!”, a qual esteve patente na escola na última semana de março, mês da mulher e que, com esta iniciativa, pretenderam alertar a comunidade educativa para a violência doméstica no nosso país que, no ano 2022, atingiu o número preocupante de 28 mulheres assassinadas. Acrescentou ainda que para tal, distribuíram os cartazes pelos degraus de acesso à zona de salas de aula, identificando 20 de tais homicídios, o que provocou impacto na grande maioria da comunidade educativa, sendo motivo para parabenizar os alunos pelo trabalho realizado na luta contra a desigualdade de género.

Prosseguiu a sua intervenção dizendo que, fruto das parcerias entre a Escola e esta autarquia, surgiu a ideia de replicar esta exposição, como forma de sensibilizar toda a comunidade para um tema tão atual, quanto preocupante e, ao mesmo tempo, valorizar o trabalho dos alunos e professores que demonstram preocupação por este assunto sensível.

Posto isto, declarou aberta a exposição, a qual informou estar patente até ao próximo dia 25 de abril. Desejou que a mesma fosse motivo de olhar atento pelos visitantes e incentivou os presentes a trazer os seus familiares e amigos, para apreciarem.

Aproveitou o ensejo para agradecer a todos os alunos envolvidos e ao Agrupamento de Escolas de Ponte de Lima, na pessoa da Professora Ângela Pinto, mentora deste projeto.

Dito isto, a título de curiosidade, deu conta aos presentes do relatório da APAV apresentado no passado dia 28 de fevereiro de 2024, relativo ao ano de 2023, o qual indica que existiu um total de 22 homicídios em contexto de violência doméstica, a que se associaram 8 suicídios.

Prosseguiu, começando por apresentar os oradores convidados para integrar a conversa, a saber: Dra. Cristina Cunha (Advogada) com o objetivo de abordar o tema da violência doméstica – da lei à prática e a consciência sobre a fragilidade da desinformação;
A Dra. Sara Gonçalves (Psicóloga) que abordou o tema sob o prima do “impacto emocional e psicológico da violência”;
O Dr. Patrício Ferreira (Psiquiatra) que tentou limitar a sua intervenção à psicopatologia e violência;
E o Major Rui Brito (NIAVE da GNR) que focou a conversa em dados estatísticos e aspetos práticos da intervenção das forças de segurança, nestes casos particulares.
Terminada esta interessante conversa, com várias interpelações do público, houve lugar para um momento de confraternização, com degustação de um bolo alusivo ao dia comemorativo, assim como a oferta de uma lembrança a todos os presentes.
Ficou assim assinalado o Dia Internacional da Mulher, com distinção!